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sexta-feira, 4 de maio de 2007

Desespero no Coração de Um Homem Distante

O rosto no espelho a fazer a barba já não é mais o mesmo.
Noutro tempo cheirava a leite.
A pele macia de antes o dera visões positivas de um futuro promissor.
A ressaca de uma noite longa e mal dormida refletia na sua face uma dormência alcoólica
E uma maciez exuberante no dia seguinte...
E ao mesmo tempo, uma recordação picante de garotas conquistadas o fazia feliz.
Tempo que saia de mãe era abrigo; bolso de pai, corrimão;
E ombro de amigo, corrimão também.
O homem que tinha o abrigo quente
Tinha o coração frio e o pulso de ferro.
Até então, nenhum ímpeto de matar ninguém.
Hoje, a realidade da desgraça mundial e humana o deixa triste.
A realidade da impotência diante das injustiças também...
Desespero no coração de um homem distante!
Tal homem que é feliz enquanto dorme.
Quando acorda sente a dor da vida penetrar-lhe na carne.
Deseja a seus filhos o que ter não pôde, a paz espiritual...
O homem que luta sozinho no mundo
Desabitado de Amor e de Justiça aprendeu a chorar.
Mas não cansa, corre atrás;
Pois é tarde, e seu coração de homem está corroído pelo ódio...
Os nervos de um homem de ódio se tremem...
A raiva o faz ter alucinações de noite.
Ele não tem medo da morte, mas sente pavor do ridículo.
Ele odeia o escárnio de outros homens,
Está com o pulso ferido e precisa de ajuda...
Precisa da brisa fria pra compensar o ódio do coração.

O homem que não perdeu nada,
Mas que também nada ganhou, só é feliz enquanto dorme...
O homem de pulso ferido é corajoso,
Não tem medo da morte;
Desafia o escárnio e a bazófia de outros homens.
O ódio que sente, o faz ter calafrios de noite.
Não pensa em morrer... Ainda!
Só pensa em dormir...
Espera que no outro dia acorde com mais energia e força
Pra encarar o vexame de ser humano de século 21.
(Continuação)
O homem que corre atrás do que o enfraquece
Foi ferido no pulso e no coração.
O seu pensamento, que o persegue todas as noites,
Feriu o seu coração de homem...
Ele é bravo e luta com seu pulso ferido
Contra seu pior inimigo,
E que habita em sua própria mente:
O seu próprio pensamento...
Achará um dia que a morte é o sono
Que não conseguiu dormir hoje!
Oliveira Reis

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